Você já notou que existe uma grande disparidade entre a vida pessoal e a vida profissional de grande parte das pessoas, quando olhamos para suas atitudes?
Não parece incoerente ver um médico fumando? Ou um economista comprando um automóvel e assumindo um financiamento no qual pagará até quatro vezes o preço à vista desse veículo? Não parece, no mínimo curioso, um contador rolando uma dívida no cartão de crédito ou um especialista em gestão financeira “entrando fundo” no cheque especial?
Porque as pessoas não utilizam, em suas vidas pessoais, o conhecimento que adquiriram nas renomadas faculdades que frequentaram? Uma pesquisa realizada pelo Sebrae revelou que 41% das pessoas que possuem cursos de pós-graduação normalmente estão em dificuldades financeiras.
Percebo que a maioria delas entende, equivocadamente, que conceitos relacionados à administração, finanças, ciências e tudo mais que aprenderam durante anos de estudos são matérias de uso exclusivamente empresarial, acadêmico ou governamental e não se aplicam à sua vida pessoal.
Talvez isso ocorra porque os temas propostos para trabalhos e estudos (nas escolas técnicas e faculdades) são sempre focados em situações distantes da realidade cotidiana dos alunos: sua vida pessoal. Preocupadas em preparar seus alunos para assumir uma profissão, as instituições de ensino tornaram-se incapazes de prepará-los para assumir suas próprias vidas!
Perdeu-se a noção de que um profissional, antes de ser profissional, é uma pessoa e que mesmo depois de se tornar um profissional continuará sendo uma pessoa. Portanto, seu lado pessoal é a única faceta de sua vida que sempre o acompanhará. Poderá mudar de emprego, de área ou até de profissão, mas sua vida pessoal, no entanto, irá acompanha-lo até o dia de sua morte.
Vejo pessoas desprezarem sua vida pessoal, saúde e família, como se nada fossem, dando prioridade à vida profissional, como se a profissão fosse o único valor em sua vida que merecesse ser preservado. Depois de tanto trabalho e dedicação, acabam sendo incapazes de administrar com eficiência tudo que ganharam, por não dedicaram tempo a esse aprendizado e deixarem de lado a expertise e a inteligência com as quais exercem tão bem a sua atividade profissional.
Em vez de colocarem o dinheiro que ganharam para trabalhar a seu favor, elas é que trabalham cada vez mais para conseguir pagar as dívidas que contraíram por não saber administrar sua vida financeira pessoal. Forma-se um círculo vicioso que tende a piorar com o passar do tempo e o desenrolar de novos negócios mal planejados, numa vida financeira caótica, conduzida sem nenhum controle ou planejamento.
Para reverter essa situação é preciso adquirir consciência de tudo isso e, principalmente, estar predisposto à mudança. Mudar é difícil e essa dificuldade
em mudar está na raiz dos insucessos da vida financeira pessoal. Se queremos modificar nossa situação, precisamos encarar a necessidade de mudar, enfrentando
nossos medos e incertezas.
Se a sua vida financeira não vai bem e você continua se comportando da mesma forma, como espera conseguir um resultado diferente?
Muitas pessoas gostam de culpar alguém pelos fracassos que ocorrem em sua vida: o governo, as circunstâncias, o destino.
Não faça isso! Erros e insucessos, na maioria das vezes, representam grande oportunidade de aprendizagem, se forem bem aproveitados.
Analise criteriosamente o que você fez errado (ou deixou de fazer certo) e de que forma isso contribuiu para que não conseguisse atingir
seus objetivos (como você faria se estivesse sentado na sua sala, na empresa onde trabalha). Use seu conhecimento e sua experiência profissional em sua
vida pessoal, pense em tudo o que funciona na empresa, que possa ser aplicado em casa, e você verá que também pode conseguir aí ótimos resultados.